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segunda-feira, 24 de março de 2014

Ministério dos Negócios Estrangeiros quer integrar o Arquivo Histórico Ultramarino na Torre do Tombo

 

Ministério dos Negócios Estrangeiros quer integrar o Arquivo Histórico Ultramarino na Torre do Tombo                                                        

A tutela quer manter a atual localização no Palácio da Ega e a equipa não sofrerá alterações. A Secretaria de Estado da Cultura confirma apenas que está "a trabalhar" no assunto.
 
O Arquivo Histórico Ultramarino mantém-se no Palácio da Ega Malte Jaeger
                
 
 
O Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), que tem a seu cargo cerca de 16 quilómetros da mais relevante documentação sobre a relação de Portugal com as suas ex-colónias, vai ser “integrado no Arquivo Nacional Torre do Tombo”, adiantou hoje ao PÚBLICO o Gabinete do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação. A decisão, tomada “após várias consultas sobre este assunto”, salvaguarda a autonomia da instituição, que continuará sediada no Palácio da Ega, em Lisboa, e manterá a sua “equipa de dirigentes e de funcionários”.
A confirmar-se esta integração, o  AHU passará a a integrar a Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), ficando sob a tutela da Secretaria de Estado da Cultura (SEC). Contactado pelo PÚBLICO, o Gabinete de Jorge Barreto Xavier adiantou apenas que a SEC "tem estado a trabalhar com o Ministério dos Negócios Estrangeiros para se encontrar uma solução, que será anunciada brevemente".
Ana Canas, a actual directora do AHU, diz que este cenário “não constitui uma surpresa” – era uma das hipóteses em cima da mesa na sequência da reestruturação do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), de que o arquivo que dirige depende –, preferindo não fazer nenhum comentário adicional nesta fase em que o processo ainda está em curso. 
O Gabinete do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação tem um acordo de princípio com a Universidade de Lisboa para o acolhimento do IICT, mas esse acordo não incluirá a migração do AHU para aquela instituição do ensino superior público, dada a especificidade das suas missões de conservação. Numa carta aberta divulgada na sexta-feira, mais de cem investigadores e professores universitários de 11 países contestavam essa possibilidade, recordando que os chamados “arquivos coloniais” estão “sob a guarda directa do Estado” em todos os países da Europa.
Mas a integração do AHU na Torre do Tombo, sendo “indiscutivelmente” a decisão “adequada” com que “todos estarão de acordo”, não resolve “os gravíssimos problemas” com que actualmente se debate a instituição, sublinha ao PÚBLICO Diogo Ramada Curto, investigador do Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa e um dos signatários da carta aberta. “O AHU está completamente descapitalizado e foi tratado durante todos estes anos como uma instituição de segunda categoria. Esta alteração tem de ser acompanhada da dotação orçamental necessária para inverter a vergonhosa menorização do arquivo. A situação em que o AHU se encontra actualmente – de falta de meios, de falta de conservadores, de falta de instrumentos de catalogação, de falta de tudo – compromete a preservação da memória histórica no que diz respeito à relação de Portugal com as antigas colónias”, diz o historiador, que tem trabalhado justamente os temas do colonialismo e do imperialismo. A anunciada passagem do AHU para a tutela da SEC pode agravar esse subfinanciamento, acrescenta: “Sabemos perfeitamente que a SEC é a última a sentar-se à mesa do orçamento de Estado.”
Cláudia Castelo, que também subscreveu a carta aberta, partilha esta preocupação, sublinhando que "o Governo tem de garantir condições financeiras e de recursos humanos para que o AHU possa cumprir eficazmente as suas funções" – funções que, frisa, são de alcance internacional, dada a diversidade de territórios cuja história também é contada pelos documentos ali depositados. "A concretizar-se, é seguramente a decisão acertada. A Torre do Tombo é a tutela mais adequada, a tutela natural para o AHU, que assim irá finalmente para o sítio onde sempre deveria ter estado desde a extinção do Ministério do Ultramar", defende a investigadora da Universidade de Lisboa.
 
 

 
 

 
 


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quarta-feira, 12 de março de 2014

Tropas para a Républica Centro Africana

GNR já treina as tropas para a República Centro Africana

Os velhos armazéns e edifícios abandonados no Fogueteiro, Alcochete e Trafaria, são neste momento os "cenários de guerra" que a GNR está a utilizar para treinar os militares, que já selecionou, para integrar o pelotão que será destacado, no próximo mês, para a República Centro Africana (RCA).
Tratam-se de locais, com características urbanas, onde é possível simular as ações que estão definidas na missão de alto risco que vão assumir na capital, Bangui.
Ao que o DN apurou, a GNR pode aumentar para 27 o número de militares que vai destacar em vez dos 22 que de início estavam previstos. Todos os operacionais recrutados fazem parte da Unidade de Intervenção, a "elite" desta força de segurança e todos já tiveram experiência em cenários de guerra ou de conflito.
Esta notícia publicada no DN deixa-me surpreendido por duas razões principais; a primeira de caráter formal:  como é possível que já esteja definido um assunto de política externa e de defesa nacional quando as Forças Armadas e o povo português ainda não tenham conhecimento de nada, sobre o envio de tropas para um Teatro de Guerra no estrangeiro.
A segunda razão: porquê e como é que são enviados militares da GNR para um teatro de guerra quando Portugal possui umas Forças Armadas, que se preparam para atuarem nestes conflitos e sob a tutela de Organizações Internacionais de Defesa.
É no mínimo estranho para não dizer outra coisa! acrescem ainda as sobreposições de funções, de atividades e de missões, numa altura em que se anda a cortar em salários dos servidores do estado...parece-me absolutamente intolerável.
 
República Centro Africana (RCA) 








 

sábado, 1 de março de 2014

Os sem coluna vertebral de Pacheco Pereira


Os sem coluna vertebral

Sem comentários desnecessários e conclusões evidentes, deixo aqui um artigo do jornal I de Solange Sousa Mendes, publicado em 2014. 02.28.
Pacheco Pereira considera que o ministro da Defesa teve uma exibição de mau carácter, no congresso do PSD.

No seu comentário semanal, esta madrugada, no programa “Quadratura do Círculo”, o antigo vice-presidente do Parlamento Europeu disse que José Pedro Aguiar-Branco era mesmo um caso acentuado de mau-carácter, situação que o entristecia.
“Conheço muito bem Aguiar-Branco, mais que a maioria das pessoas, e para mim é sinal de péssimo carácter que vá ao congresso e que diga que eu, Bagão Félix e Mário Soares somos o vírus da política portuguesa”, afirmou Pacheco Pereira, acrescentando que também não lhe ficou bem falar dos ex.
“Eu sou ex de muitas coisas e noutras não, mas a minha vida não é dominada pelo medo de ser ex”, continuou o comentador, ao mesmo tempo que sublinhava que não está disposto a pagar todo o preço, “que algumas pessoas pagam para nunca serem ex de coisa nenhuma, como é o caso de Aguiar-Branco”.
Pacheco Pereira acusou ainda o ministro de bajular pessoas por quem tem uma opinião duvidosa. “Eu sei qual a opinião de Aguiar-Branco sobre muitas pessoas que anda a bajular e isso é uma questão de carácter. E custa-me ver algumas pessoas a terem essas exibições de mau carácter”.
A finalizar o seu comentário sobre Aguiar-Branco, o político enfatizou que lhe custa ver as pessoas com obsessão de não serem ex de coisa nenhuma, "estarem sempre à superfície da vida política, sem qualquer espécie de coluna vertebral".
Mas não foi só o ministro da Defesa que o desapontou. Pacheco Pereira começou por dizer que o que aconteceu no congresso deixou-lhe alguma tristeza, uma vez que “não é agradável ver o estado em que está o PSD”.
O comentador referia-se à vaia de que foi alvo e mais uma vez usou a palavra tristeza. “Vejo com alguma tristeza o que aconteceu, porque há alguns congressistas que pensam que eu faço pior ao partido que Miguel Relvas”, acrescentou.
A comunicação social também foi criticada por Pacheco Pereira, já que na sua opinião é fácil de enganar: "basta chegar lá e usar a palavra social democrata três ou quatro vezes e, numa ou outra intervenção, falar nos pobres, nos miseráveis e nos velhos, para que se esteja a falar em social democracia".